Sintomas do câncer de ovário pedem atenção redobrada, alerta especialista
Classificado como o 9º mais frequente entre as mulheres no Brasil e o 6º no Amazonas, o câncer de ovário ainda é uma doença difícil de ser diagnosticada, pois suas características se assemelham às de outras alterações no aparelho reprodutor feminino.
Nesta semana, foi celebrado o Dia Mundial do Câncer de Ovário (8 de maio), data criada para chamar a atenção da população feminina sobre os sintomas da doença. Quanto mais ela é descoberta, maiores são as chances de cura.
O ovário é o responsável pela reprodução dos óvulos, que garantem a perpetuação da espécie. Ele também é responsável por regular a menstruação, além de produzir hormônicos que contribuem com o desenvolvimento das características do sexo feminino.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde, o Amazonas registrará cerca de 80 novos casos de câncer de ovário, só neste ano. No Brasil, esse número deve chegar a 6.150. A taxa bruta de incidência, aquela que ajuda na classificação do ranking nacional dos estados, quando se trata de alguma patologia específica, aponta, em média, 5,79 diagnósticos para cada 100 mil mulheres no País. No Amazonas, esse número cai para 4,3, considerando a mesma proporção.
Desenvolvimento lento
“Apesar de ser uma doença silenciosa e de desenvolvimento lento, existem ferramentas capazes de combatê-la, como a cirurgia oncológica de alta complexidade e a quimioterapia – essa última considerando, inclusive, a utilização de anticorpos monoclonais, cuja principal finalidade, nesses casos específicos, é o controle da neoplasia maligna”, destacou a gerente de Oncologia Clínica Gilmara Resende, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam ).
A oncologista clínica explica que os tumores de ovário são mais comuns em mulheres com 50 anos ou mais, apesar de afetar uma parcela pequena de mulheres jovens. O diagnóstico é feito através de avaliação clínica, que envolve a análise da sintomatologia e o suporte de exames de imagem (ultrassonografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros) .
Se após uma investigação mais aprofundada, for levantada a suspeita de doença maligna no ovário, a paciente é submetida a uma biópsia (retirada de um fragmento do tumor) para análise patológica. É a partir dessa análise, que será possível constatar se a alteração é ou não um câncer. “Essa etapa é fundamental para o que chamamos de fechamento do diagnóstico do câncer. Só a partir daí é que pode-se definir a melhor terapia a ser aplicada”, assegurou a especialista.
*Sintomas*
“Chamamos atenção para os sintomas associados ao câncer de ovário, a exemplo da perda de peso, falta de apetite, inchaço na região abdominal e pélvica, aumento do volume do abdome, distúrbios urinários, entre outros. Sabemos que esses sintomas podem estar associados a diversas outras alterações no aparelho reprodutor feminino. Por isso, aconselhamos as pessoas a realizarem, anualmente, a partir dos 50 anos, um onco-checkup, que inclui diversos exames indicados por um profissional da área da oncologia. Assim, conseguiremos elevar as chances de um diagnóstico mais rápido e eficaz e, consequentemente, iniciaremos o tratamento a tempo de promover um aumento da sobrevida ou até mesmo a cura da paciente”, afirmou.
O tipo de câncer de ovário mais frequente no mundo é o carcinoma epitelial (que se inicia nas células localizadas na superfície do órgão). Os diagnósticos em mulheres jovens são menos comuns e o tipo de câncer também é diferenciado nesses casos, sendo o mais frequente o tumor de células germinativas (os quais começam nas células produtoras de óvulos).
Considerado um dos cânceres de maior letalidade, a doença não tem prevenção. Para parte da população feminina, alguns fatores, como a reposição de estrogênio, podem representar certo risco ou elevar as chances de se desenvolver o câncer de ovário, apesar de não ser uma regra geral.
Outros fatores de risco são: hereditariedade (alterações genéticas transferidas de pais para filhos e que. No caso do câncer de ovário, as mais comuns são nos genes BRCA1 e 2); menstruar antes dos 12 anos; menopausa após os 50 anos; tratamentos para fertilidade; uso de DIU e síndrome dos ovários policísticos.