Novas técnicas cirúrgicas aceleram recuperação e dão mais qualidade de vida a pacientes oncológicos da FCecon
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) adotou, em 2015, duas novas técnicas cirúrgicas desenvolvidas pelo Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, com o objetivo de acelerar a recuperação e dar mais qualidade de vida aos pacientes em atendimento na especialidade. Onze pessoas já foram submetidas aos procedimentos e estão 100% recuperadas. Segundo o diretor-presidente da FCecon, cirurgião oncológico Marco Ricci, a partir de agora, elas serão submetidas ao acompanhamento de equipe multidisciplinar na instituição.
O cirurgião de cabeça e pescoço da Fundação, Marco Antônio Rocha, explica que a primeira técnica, denominada ressecção transoral, permite a retirada de tumores em pacientes com câncer de amígdala pela parte interna à boca, evitando mutilação externa, como ocorre na cirurgia convencional.
As principais vantagens, segundo ele, são: recuperação mais rápida com redução do tempo de internação em até 70%, menor comprometimento da parte mastigativa e de indicação de quimioterapia e radioterapia.
“Apesar de ser uma cirurgia mais complexa para o profissional médico, é bem menos invasiva ao paciente e com menor risco de sequelas”, explicou. Quatro pacientes já foram submetidos ao procedimento e se recuperaram dentro do prazo previsto. De acordo com ele, este tipo de neoplasia atinge, geralmente, homens com idade entre 50 e 60 anos e tem como principais fatores de risco, o tabagismo associado ao alcoolismo.
A técnica foi trazida à FCecon, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), pelo próprio cirurgião, após treinamento fora do estado. A expectativa agora é para o aperfeiçoamento do procedimento, neste ano, durante curso a ser realizado na cidade de Fenix, no Arizona (Estados Unidos), que abordará o uso de laser e robótica. O novo tratamento deverá ser ofertada gratuitamente na Fundação.
Retalho supraclavivular
Considerado um procedimento corretivo, a implantação de retalho supraclavivular, técnica implementado também em 2015 na Fundação, contemplou, até agora, sete pacientes. Trata-se da implantação de pele da área superior à clavícula sobre o crânio, para preenchimento de preencher grandes defeitos estéticos oriundos de cirurgias altamente invasivas.
A reconstrução também pode ser tratada como um procedimento funcional, dependendo da área em que for aplicada. “Se reconstruirmos, por exemplo, a área da bochecha, o indivíduo recupera a contenção (de saliva ou alimentos durante as refeições), o que auxilia na hora da alimentação e também na dicção”, ressaltou Marco Antônio Rocha.
Segundo o diretor-presidente da FCecon, Cirurgião Marco Ricci, a instituição tem apresentado significativos avanços na área cirúrgica nos últimos anos. Só em 2015, foram 2,1 mil procedimentos realizados dentro das mais diversas especialidades, como cirurgia oncológica, mastologia, cabeça e pescoço, pélvica, urológica, cutânea, neurológica, ginecológica, etc.
“A ideia é que o número de cirurgias seja ampliado neste ano, considerando a inauguração da primeira Sala Inteligente em hospital público na região Norte, própria para o desenvolvimento de cirurgias minimamente invasivas, e que entrará em funcionamento em 2016. Haverá, ainda, o reforço na equipe de cirurgia, com a entrada de novos profissionais médicos no quadro”, assegurou.