FCecon terá o primeiro ambulatório de aconselhamento genético do Norte do País
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), está desenvolvendo projeto para a implantação do ‘Laboratório de Oncologia Molecular e Serviço de Aconselhamento Genético’ nas dependências da instituição, o qual fará parte da Rede Genômica em Saúde do Amazonas. A iniciativa tornará possível, a partir da análise do DNA e avaliação do histórico familiar, apontar as chances do indivíduo contrair um câncer no futuro e, assim, orientá-lo sobre os métodos de prevenção.
Será o primeiro ambulatório de aconselhamento genético em oncologia da região Norte do País. O projeto do Laboratório é de autoria da FCecon, por meio da Diretoria de Ensino e Pesquisa, e membros da área científica de outras instituições vinculadas ao hospital. A previsão é que, ainda em 2013, seja aprovado financiamento de R$ 260 mil para a compra dos equipamentos que farão parte do espaço e, no segundo semestre de 2014, a Rede Genômica passe a atuar no Estado.
Segundo a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Kátia Luz Torres, membros da instituição já estão em contato com agências de fomento, a exemplo da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas), para que o projeto seja colocado em prática. A ideia já conta com a anuência do Fórum Estadual de Gestores de Instituições de Pesquisa, presidido pelo secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Odenildo Sena, será executado em duas etapas.
Como funcionará a Rede Genômica?
Após a implantação do Laboratório de Oncologia Molecular na FCecon, outras instituições que já possuem sequenciadores no Estado – aparelhos que, após a extração do DNA em laboratório, têm a capacidade de processar e gerar a região alvo a ser estudada – serão procuradas para fazerem parte da Rede Genômica.
Sendo assim, caberá à FCecon a extração e amplificação do DNA que pode apontar as mutações (marcadores genéticos) – a exemplo do que ocorreu recentemente com a atriz americana Angelina Jolie – e às demais instituições que farão parte da rede, sequenciar esse DNA, ou seja, traduzir a informação presente nele, apontando, por fim, o percentual de chances de o indivíduo contrair o câncer.
A partir daí, ele será aconselhado sobre quais procedimentos poderá adotar. Entre os métodos estão os mais radicais, como o escolhido pela atriz americana – mastectomia radical total dupla (retirada das duas mamas) – ou, ainda, outras alternativas de tratamento, como o uso de medicamentos que inibem o câncer.
O diretor-presidente da FCecon, Edson de Oliveira Andrade, ressalta que, inicialmente, serão avaliados casos relacionados aos cânceres de mama e de ovário, por conta da prevalência de ambos. No futuro, o estudo será estendido para os demais tipos da doença. O orçamento total do projeto ainda está sendo levantado.
Hoje, o processo que aponta alterações genéticas que podem levar ao câncer não é feito por nenhuma instituição pública ou privada do Amazonas, embora o aconselhamento já seja realizado em consultórios particulares, informou Kátia Torres.
Publicado em: 20/05/2013.