Coordenação de Atenção Oncológica estima que sejam realizadas 45 mil mamografias no Estado em 2012
A Coordenação Estadual de Atenção Oncológica estima que em 2012 o número de mamografias realizadas na rede pública supere em 28,4% o do ano passado, passando de pouco mais de 35 mil para 45 mil. Atualmente, o exame é responsável por reduzir em 30% as mortes por câncer de mama no País, informou o mastologista e cirurgião, doutor Gerson Mourão.
Os exames de mamografia no Amazonas devem ser divididos da seguinte forma: 10,5 mil no primeiro trimestre deste ano, 12 mil no segundo, 12 mil no terceiro e outros 10,5 mil nos últimos três meses de 2012.
As informações constam na lista de atividades denominada “”Planejamento 2012″” do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC) da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade na qual funciona a coordenação.
Na programação constam, ainda, outras 16 ações na área de controle do câncer de mama, entre elas a prática do Plano de Atenção Oncológica nos 62 municípios do Estado, implantação e implementação do Sismama (Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama) pela Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, realização de treinamentos nas áreas de radiologia mamária para enfermeiros, médicos e técnicos em radiologia (estimativa de abrangência: de 200 pessoas durante todo o ano), de mobilização social e recrutamento na capital, e para a realização de exames clínicos e orientação sobre o auto-exame das mamas em todo o interior.
Também serão desenvolvidas campanhas no âmbito estadual com cunho educativo, cujos focos principais serão a prevenção e o combate ao câncer em geral.
No caso das mamografias, o aumento no número de exames ocorrerá em função dos novos mamógrafos que estão sendo entregues aos núcleos de saúde dos municípios amazonenses. Só no primeiro semestre deste ano, 11 localidades e o barco do Programa de Atendimento Itinerante (PAI) receberão os novos aparelhos. A meta da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) é implantar mamógrafos em todos os municípios, conforme determinação do governo do Estado. Mamografia e câncer de mama O exame de mamografia detecta qualquer tipo de alteração na mama e é um método eficaz de detecção, inclusive, do câncer. Ele é indicado a mulheres com idade a partir de 40 anos e garantido pela Lei 11.664, de 29 de abril de 2008. A mamografia deve ser feita anualmente.
Segundo o mastologista Gerson Mourão, pesquisas recentes apontam que 75% dos casos de câncer de mama no mundo acometem mulheres com mais de 40 anos.
Ele também informa que não há uma explicação para o fenômeno, mas assegura que fatores como não ter filhos ou tê-los após os 35 anos, não amamentar e ter histórico na família podem aumentar os riscos de se ter câncer de mama, bem como a prática de reposição hormonal.
Existem, ainda, os fatores externos, tais como o tabagismo e o alcoolismo, os quais aumentam a produção de estrogênio, e, consequentemente, elevam as chances de se obter a doença. “”As pesquisas têm mostrado que o álcool atinge o fígado, aumentando a produção de estrogênio. O mesmo acontece com o fumo, após cerca de 20 anos de consumo””.
Conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) devem ser diagnosticados no Amazonas, este ano, 340 casos de câncer de mama, 290 deles só na capital. Gerson mourão alerta para o fato de o câncer de mama não ter prevenção. Contudo, ele explica que o diagnóstico precoce é a melhor solução, pois garante a cura em quase 100% dos casos, além de preservar a mama, evitando que seja feita uma mastectomia total (retirada da mama por completo), por exemplo.
Mudança de hábito
O médico explica que a mudança de hábito das mulheres neste século ocasionou uma alteração hormonal no sexo feminino. “”As mulheres do século passado menstruavam 40 vezes durante toda a vida. Já as mulheres modernas, de hoje, menstruam cerca de 400, convivendo com uma quantidade maior de hormônios, o que aumenta as chances de aparecimento do câncer de mama””, destaca.
A mudança no comportamento, de acordo com ele, veio acompanhada de hábitos até então masculinos, como o consumo de tabaco e bebidas alcoólicas. Além disso, a busca pela independência financeira fez com que a mulher lutasse por seu espaço no mercado de trabalho, o que, na prática, elevou o grau de estresse, outro fator que contribui para a aquisição da doença. “”Hoje, existem pesquisas mostrando que a mulher é submetida a 60 mil estímulos a mais do que, atualmente, do que no século passado””.
O médico finaliza lembrando que, muito embora a mamografia seja o exame específico para detectar nódulos mamários, o auto-exame não pode ser descartado, já que contribui na detecção precoce do câncer de mama na medida em que identifica tumores na fase inicial.
Publicado em: 27/02/2012