Congresso de oncologia atrai profissionais de diversas áreas da saúde em Manaus

As reações ocasionadas por transfusões de sangue e uma rodada de palestras e debates sobre o vírus HPV fizeram parte da programação do primeiro dia do II Congresso Pan Amazônico de Oncologia, promovido pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam). O evento, que começou nesta quarta-feira (27), já conta com cerca de mil participantes, e segue até o próximo sábado, no Manaus Plaza Shopping (avenida Djalma Batista), com inscrições no próprio local.


Dividido em duas salas onde ocorrem simultaneamente as palestras, o evento terá quatro outras atividades associadas. São elas: II Congresso de Enfermagem Oncológica da Região Amazônica, II Jornada Amazonense de Dor e Cuidados Paliativos, VIII Jornada Amazonense de Anestesiologia e IV Jornada de Radiologia.


De acordo com o diretor-presidente da FCecon, Edson de Oliveira Andrade, o congresso, que já é considerado um dos maiores do País na área oncológica, eleva o nível dos profissionais do Amazonas, uma vez que possibilita o acesso a pesquisas inéditas e a troca de experiência entre especialistas locais e de outros estados.

Abertura

A abertura do evento, que reuniu profissionais das diversas áreas da saúde, como medicina, enfermagem, fisioterapia, farmácia e, ainda, biologia, se deu com o Congresso de Enfermagem, com a participação de dez palestrantes da área, parte deles do Amazonas e o restante de instituições do Rio de Janeiro. Entre os temas, o gerente do Banco de Sangue da FCecon, o farmacêutico Kleber Brasil, falou sobre as reações ocasionadas pelas transfusões de sangue, complicações relacionadas à ação e cuidados, além de como proceder em situações distintas apresentadas por pacientes.


Ao apresentar resultados de pesquisas internacionais, ele destacou que ações simples, como perguntar o nome do paciente que receberá a transfusão ou que passará pela coleta para amostra sanguínea, podem reduzir os riscos de erros e evitar óbitos.

Ele destacou, ainda, que para ampliar a margem de segurança nas transfusões ocorridas na FCecon, a instituição implantou um sistema de monitoramento das bolsas, que ocorre através da implantação de chips nas mesmas e da instalação de antenas, as quais mandarão os sinais digitalizados para computadores onde eles poderão ser acessados. O objetivo é aumentar a segurança transfusional.


O projeto, denominado RFID (Dispositivo de Identificação por Radiofrequência), é tema da dissertação de mestrado do farmacêutico. O ciclo foi encerrado pela enfermeira da FCecon, Júlia Mônica Benevides, chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa da instituição.

HPV

Paralelo à palestra, uma mesa redonda ‘Densidade de HPV e câncer de pele, uro e ono genital’ aconteceu na sala 1 do evento, com a participação da doutora em virologia e pesquisadora do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Laura Sichera.

Ela relatou detalhes das linhas de pesquisa da instituição, considerada o maior hospital público de tratamento oncológico abaixo da linha do Equador. Entre eles, está o levantamento dos tipos de HPV que atingem humanos, e que já somam 154. Conforme a especialista, os estudos levam em consideração as características do vírus, que é responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo uternino no mundo.

Ela lembrou que o HPV não atinge apenas a parte genital do indivíduo, e pode estar presente no corpo todo, inclusive na pele. As lesões ocasionadas pelo HPV também são tema de estudo no instituto. Ela explica que, para causar infecções, são necessárias microlesões, algumas, no caso do colo uterino, ocasionadas durante o sexo. Os debates foram ampliados para lesões no pênis e na pele, com os especialistas Giuseppe Figliuolo (urologista da FCecon) e Fábio Francesconi (dermatologista da FCecon). Tratamento e prevenção do câncer e do próprio HPV também foram citados.

Ainda nesta quarta-feira, foram realizadas palestras e debates sobre neoplasias de pulmão (uma abordagem multidisciplinar e atualizada), cirurgia abdominopelvica oncológica, tanatologia e psicologia transpessoal e uma mesa redonda com o tema ‘Como lidar com a morte no hospital: experiências em hospitais do Amazonas, com representantes das seguintes unidades de saúde: FCecon, Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Hospital Santa Júlia e Fundação Alfredo da Mata (Fuam).

Publicado em: 28/11/2013.