Candidatos ao cargo de diretor-presidente da FCecon apresentam propostas aos servidores
Os dois candidatos ao cargo de diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), apresentaram aos servidores, nesta quinta-feira (6), as propostas de trabalho que pretendem desenvolver caso eleitos para ocupar a vaga. A iniciativa foi inédita e teve como objetivo dar mais transparência ao processo técnico seletivo. As apresentações contaram com a participação de servidores de vários setores da unidade hospitalar. O debate foi realizado no auditório dr. João Batista Baldino, localizada na rua Francisco Orellana, nº 215, bairro Dom Pedro, zona oeste.
A iniciativa para as apresentações das propostas de trabalho partiu dos servidores da FCecon, apesar de não contemplada pelo Regimento Interno da Fundação (Resolução nº 002/2010). Além disso, o debate também não será utilizado como critério de pontuação no processo técnico seletivo e foi coordenado pelo comitê eleitoral administrativo.
Cada candidato ao cargo de diretor-presidente teve 15 minutos para apresentar as propostas. Ao final de cada apresentação foi disponibilizado um momento para que os servidores fizessem questionamentos sobre os temas tratados. Ambos os candidatos iniciaram as falas destacando a importância e história da Fundação, e a competência do corpo clínico para contribuir com a expansão do hospital. Também destacaram as formações profissionais como médicos, experiências e capacidades para ocupar a vaga.
Propostas – O chefe do serviço de Mastologia, Gerson Mourão, destacou que o desafio da gestão hospitalar no setor público está relacionado com a complexidade do processo, porque há a necessidade de transformar a metodologia, amadurecer processos e obter maiores resultados sem perder a qualidade do serviço prestado ao paciente. “Assim, a proposta é pautar a administração à frente da direção com ações voltadas ao paciente, acompanhante, servidor e demais colaboradores”, explicou.
Conforme Mourão, primeiramente é preciso fazer um diagnóstico situacional para compreender a realidade da instituição, por exemplo, sobre taxas de ocupação, tempo de agendamento e entrega de resultados, estoques atuais e necessidades, quantidades de atendimentos e filas de espera. Segundo ele, com base nas informações e as ações previstas no planejamento estratégico, será possível definir e implantar indicadores como auxilio ferramental a fim de garantir a qualidade do funcionamento dos serviços.
“Queremos realizar uma gestão compartilhada. Além disso, pretendemos efetivar junto à Susam e ao Ministério da Saúde (MS) a contratualização com a FCecon e, logo após, o credenciamento em hospital de ensino e pesquisa, com a perspectiva de aumento em 30% nos valores referentes ao faturamento. Entretanto, precisamos informatizar todos os procedimentos hospitalares”, pontuou.
Doutor em Ciências da Saúde pela Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o médico Sidney Chalub destacou que a população e o número de casos de câncer aumentaram nos últimos anos. Por isso, a Fundação também precisa adaptar-se a esse novo cenário e ampliar sua capacidade de atendimento, assim, uma das soluções seria a construção do ‘Hospital Dia’, com o reforço na política de humanização.
“Para colocar as propostas em prática pretendo firmar parcerias público-privadas, além trabalhar na captação de verbas externas, via empresas do Polo Industrial de Manaus, uma vez que Fundação depende, para quase tudo, de orçamento público. Por isso, é preciso ‘abrir as portas’ da unidade hospitalar às empresas e promover uma gestão transparência – apresentação de dados orçamentários, planilhas, etc”, destacou.
De acordo com Chalub, existem problemas de infraestrutura, falta de pessoal, estabelecimento de protocolos dos serviços de atendimento que precisam ser sanados. Para ele, uma alternativa para solucionar parte dos problemas seria a instalação de um sistema de gestão hospitalar e, assim, diminuir gastos na compra de materiais de expediente e melhoramento de protocolos médicos.
“É necessário interiorizar o atendimento oncológico por meio de ações pontuais, como a capacitação de profissionais dos municípios para o rastreio das principais neoplasias malignas que afetam a população”, lembrou.