Caminhada das Vitoriosas reúne mais de mil pessoas na Ponta Negra
A 10ª edição do movimento mundial Outubro Rosa no Amazonas encerrou na noite desta quarta-feira (30/10) com a tradicional Caminhada das Vitoriosas. Aproximadamente 1,2 mil pessoas percorreram a principal avenida da Ponta Negra, na zona oeste de Manaus, para reforçar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e comemorar a cura.
O movimento mundial Outubro Rosa é promovido pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) há 11 anos no Brasil e ocorre há 10 anos no Amazonas, sendo coordenado regionalmente pela Rede Feminina de Combate ao Câncer no Amazonas (RFCC-AM) e pelo Centro de Integração Amigas da Mama (Ciam). A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) é responsável por coordenar as ações nos municípios do interior.
Informação – O encerramento do Outubro Rosa, que contou com o apoio da Prefeitura de Manaus por meio do Fundo Manaus Solidária e da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), teve trio elétrico e profissionais de Educação Física e Saúde, que animaram o público levando informação para as mulheres de várias idades. A campanha neste ano teve como tema “Me trate direito, para cada paciente um tratamento”.
Exemplo e solidariedade – Segundo a coordenadora da Atenção Oncológica do Amazonas, enfermeira Marília Muniz, a Caminhada das Vitoriosas, em sua 11ª edição, fecha o mês de sensibilização relacionada ao câncer de mama, e uma das marcas da ação é ter as próprias mulheres que venceram o câncer sendo voluntárias e compartilhando conhecimento e esperança com quem ainda convive com a doença.
“Essas vitoriosas sentiram na pele o que é ter essa doença, e poder fazer algo pelo próximo é algo lindo. Vitoriosas que venceram e estão levando informação a quem precisa”, disse Marília Muniz.
Diagnóstico precoce – Na avaliação do mastologista e diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão, a Caminhada das Vitoriosas, além de celebrar a conquista daquelas curadas do câncer, reforça a importância ao diagnóstico precoce.
“É uma festa muita bonita, um dia de comemorar a vitória sobre o câncer, mas não podemos deixar de falar da importância do diagnóstico precoce, de fazer o autoexame, a mamografia para aquelas mulheres que estão na faixa etária indicada”, disse Mourão, ao destacar também que alimentação saudável e exercícios físicos ajudam na prevenção de vários tipos de câncer.
Exames – O câncer de mama é o tipo de neoplasia maligna que mais mata mulheres no Amazonas, perdendo apenas para o câncer de colo do útero. Segundo projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 420 novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Amazonas anualmente.
As duas principais formas de descobrir a doença no início são o autoexame e a mamografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a realização do rastreio a partir dos 40 anos, anualmente. Para mulheres com casos de câncer de mama na família, o exame deve começar aos 35.
O acesso à mamografia é pela rede de Atenção Básica, ou seja, a mulher deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município e solicitar agendamento via Sistema de Regulação (Sisreg). Esse agendamento é feito na própria unidade onde a mulher foi atendida. Conforme a Central de Regulação, não há fila para mamografia, ou seja, o agendamento indicando a data do exame é imediato.
Na capital, o encaminhamento pelo Sisreg é feito para 12 unidades de saúde da rede pública ou serviços conveniados com o SUS: Hospital e Pronto-socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz, Hospital Universitário Francisca Mendes, Instituto da Mulher Dona Lindu, Policlínica Dr. Antonio Reis, UBS Dr. Alfredo Campos, UBS Mj PM Salvio Belota, Hospital Português, MI Médicos Imagens, Prodimagem, Cemed, Centro Radiológico de Manaus e Clínica Sensumed. Nos municípios, os hospitais possuem mamógrafos ou serviço credenciado pela prefeitura local.
Quando o resultado é positivo para câncer de mama, as pacientes são encaminhadas para a FCecon, referência para toda a Amazônia Ocidental.
Texto e fotos: Laís Motta/FCecon