Atualização de protocolos de fisioterapia melhora qualidade do tratamento na UTI da FCecon
Referência na sua área de atuação, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), tem aperfeiçoado e criado novos protocolos de tratamento, por meio da Coordenação de Fisioterapia Intensiva, que auxiliam na reabilitação de pacientes com câncer internados em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). As condutas estão servindo de exemplo a instituições brasileiras sediadas em outros estados. A modalidade auxilia na recuperação de pacientes, reduzindo o tempo de permanência no setor em até 40% e diminuindo a mortalidade, agregando mais qualidade ao tratamento, explicou o doutor em terapia intensiva da FCecon, Daniel Xavier.
De acordo com ele, os protocolos, aperfeiçoados ou elaborados a partir do desenvolvimento de projetos científicos, no âmbito da Fcecon, a exemplo do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), incluem condutas que devem ser adotadas para a melhor recuperação do paciente. Alguns deles seguem as recomendações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Já os criados especificamente para a unidade hospitalar, levam em consideração o perfil do paciente em tratamento na instituição, hoje considerada referência no diagnóstico e tratamento do câncer na Amazônia Ocidental.
“Na fisioterapia intensiva, trabalhamos não só a parte motora do paciente, mas também a respiratória, reduzindo, consequentemente, as chances de ele adquirir uma pneumonia, por exemplo. Isso não só reduz o tempo de permanência na UTI, como aumenta a sobrevida de quem está em processo de recuperação”, destacou Xavier.
Entre as condutas adotadas pela equipe multidisciplinar que atua na UTI Adulto da FCecon, visando a reabilitação de pacientes, estão a utilização da prancha ortostática e de um ciclo ergômetro. A primeira é uma espécie de maca flexível, que permite que o paciente fique de pé, mesmo sedado. Já o ciclo é uma espécie de pedal, que pode ser utilizado, inclusive, em pacientes desacordados, ajudando a fortalecer a musculatura das pernas.
“No passado, o tempo de permanência na UTI Adulto da FCecon era bem maior. Nos últimos anos, a tecnologia e o empenho da equipe do setor ajudaram a diminuir o período de internação”, ressaltou o doutor, que atua na instituição desde 2006. Ele explica que, à época, a permanência era de até sete dias, considerando a gravidade do quadro de cada paciente. Hoje, a média é de três dias.
“A atuação do profissional de fisioterapia na área da terapia intensiva, dentro da oncologia, vai da entrada do paciente no setor até sua alta da UTI. Neste intervalo, adotamos a prática da mobilização precoce, que consiste em estímulos motores e sensoriais, como a sedestação (sentado), mobilização passiva tão logo o paciente entre na UTI”, explicou. De acordo com ele, a mobilização passiva nada mais é que o movimento de uma articulação, sem contração muscular por parte do paciente, técnica aplicada com frequência em pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo.
Texto: Ana Carolina Barbosa