Ações de combate ao tabagismo ajudam a reduzir número de fumantes no Amazonas
O Estado do Amazonas registrou redução de 18% na frequência de adultos fumantes nos últimos dez anos, aponta pesquisa promovida pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo, do Ministério da Saúde. Os números, destacados pela Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCecon) no Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado na última segunda-feira, 29 de agosto, atestam o resultado das ações de combate ao tabagismo adotadas em parceria entre os Governo Estadual, Municipal e Federal.
O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, ressalta a importância da conjugação de esforços entre os entes de governo, em ações que envolvam a sociedade civil, para a redução de doenças ocasionadas pelo tabagismo. Ele alerta que, anualmente, o Brasil registra a morte de cerca de 200 mil pessoas vítimas do câncer de pulmão. Somente no Amazonas, afirma o secretário, 90% das causas desse tipo de câncer são oriundas do tabagismo. Há, ainda, registros de câncer na bexiga e doenças cardiovasculares entre os fumantes. “Aceitar ou recusar um cigarro é um processo, acima de tudo, educativo. Por isso, o envolvimento das secretarias estaduais e municipais de educação também é importante”, diz Alecrim.
A coordenadora estadual de Atenção Oncológica do FCecon, Marília Muniz, afirma que a redução de 18% dos fumantes no Estado se deve ao trabalho de prevenção realizado pelo Estado em conjunto com o Programa Nacional de Controle do Tabagismo e, ainda, pela adesão do Amazonas à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, Decreto Federal nº 5.658, de 2 de janeiro de 2006. “Depois do Rio de Janeiro e São Paulo, o Amazonas foi o terceiro Estado a assinar o tratado internacional que visa, entre outras coisas, reduzir a demanda por tabaco através de medidas como a aplicação de políticas tributárias e de preços e a garantia de proteção contra a exposição à fumaça do tabaco em ambientes fechados”, cita Marília.
Neste ano, a campanha nacional contra o tabagismo tem como tema ‘Cigarros Aditivados’, cujo alerta se estende ao consumo de tipos de fumo com aditivos tóxicos e cancerígenos. Segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo no Amazonas, Aristóteles Alencar, a mistura de aromas e sabores adocicados ao cigarro desperta a atenção, especialmente, do público adolescente. “Depois de direcionar campanhas publicitárias aos homens e mulheres, os empresários buscam novos caminhos para ampliar o número de consumidores utilizando recursos para camuflar o aroma e o gosto do tabaco, por meio de aditivos, como o açúcar, canela, chocolate, menta e outros”, disse Alencar.
Prevenção e tratamento
O Programa Nacional de Controle do Tabagismo inclui diretrizes aplicadas no combate ao consumo do cigarro no Amazonas que vão desde a prevenção ao tratamento para recuperar os fumantes. Uma das ações está inserida no Programa Saber Saúde que envolve, diretamente, os jovens das escolas da rede pública de ensino. Segundo Alencar, as orientações e esclarecimentos sobre os malefícios do tabaco são transmitidas como conteúdos paralelos às disciplinas. “Nas aulas de História, os alunos pesquisam a origem do tabaco. Em Geografia, são apontadas as regiões do Brasil que mais produzem o produto e em Matemática, são levantadas quantas pessoas já morreram vítimas do cigarro”, exemplificou.
O programa nacional estende a prevenção de combate ao tabagismo aos ambientes de trabalho e, principalmente, aos hospitais e clínicas. “É inaceitável que um profissional da saúde fume no interior de um hospital”, disse Alencar. O tratamento aos dependentes da nicotina – princípio ativo do tabaco – é oferecido em dez ambulatórios da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa), distribuídos em cada área geográfica da cidade.