Amazonas registra aumento no número de preventivos
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), registrou, por meio do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC), um aumento no número de preventivos realizados no Amazonas, nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação a igual período de 2013, passando de 52,5 mil para quase 53 mil exames feitos em 11 unidades de saúde públicas e privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O preventivo, também conhecido por Papanicolau, é o exame que pode detectar precocemente lesões no colo uterino que, se não tratadas a tempo, podem evoluir para um câncer. Em contrapartida, se tratadas na fase inicial, evitam que a doença apareça, o que torna o câncer de colo uterino o único 100% prevenível.
Segundo o diretor-presidente da FCecon, Edson de Oliveira Andrade, o aumento da adesão das amazonenses ao exame é fruto de uma política pública de combate a este tipo de neoplasia e, principalmente, das campanhas voltadas à prevenção desenvolvidas no Estado, o que inclui a vacinação contra o HPV em meninas em idade escolar, promovida pelo Governo do Estado e amplamente divulgada.
Ele cita, ainda, como exemplo, o Outubro Rosa, campanha que exclusivamente no Amazonas, aborda não só o tema ‘prevenção ao câncer de mama’, como na maioria das cidades brasileiras, mas também a ‘prevenção ao câncer de colo uterino’. Isso porque, explica Andrade, este é o principal tipo da doença entre as mulheres no Estado, ficando no topo da lista da incidência do câncer quando se trata do sexo feminino, conforme dados estatísticos da FCecon, referência no tratamento do câncer em toda a Amazônia Ocidental.
Câncer de colo uterino
O câncer de colo de útero é causado, em mais de 90% dos casos, pelo Papilloma Vírus Humano, o HPV, transmitido a partir do ato sexual e que pode ser detectado a partir do exame preventivo. No Amazonas, o Governo do Estado se antecipou à política nacional de combate à doença, e vem vacinando meninas com idade entre 11 e 13 anos, desde 2013, injetando na campanha apenas recursos próprios. A medida evitará que essas meninas, no futuro, contraiam as formas mais agressivas do vírus causadoras do câncer. Este ano, o Governo Federal passou a fornecer a vacina, o que fortalecerá ainda mais a política de prevenção ao câncer.
De acordo com a coordenadora de Atenção Oncológica do Estado e chefe do DPCC da FCecon, enfermeira Marília Muniz, o Ministério da Saúde (MS) preconiza que mulheres com idade entre 25 e 69 anos, façam sigam a seguinte linha: ao fazer o exame e o mesmo der negativo, deve-se repeti-lo no ano seguinte. No caso de negativo novamente, o exame deve ser feito a cada três anos.
Ela destaca que a orientação do MS visa redimensionar o exame para quem de fato necessita. “O Brasil se baseou na política de outros países, cujo rastreamento acontece a cada três anos, justamente porque o câncer de colo se desenvolve lentamente”, explicou. Contudo, alguns especialistas indicam a realização do exame anualmente, a partir do início da vida sexual.
Muniz ressalta, ainda, que o Governo do Estado, por meio da Susam, vem apostando na melhoria da qualidade da assistência para detectar cada vez mais as lesões de baixo e alto graus, evitando os óbitos em decorrência do câncer de colo uterino. “Entre as ações desenvolvidas pelo Estado está a facilitação do acesso das mulheres nas áreas mais afastadas ao exame, levando profissionais capacitados para a coleta do material e análise dos preventivos”, concluiu.
Publicado em: 26/06/2014.