FCecon adota sistema de classificação de risco, no Serviço de Pronto Atendimento
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), implantou no seu Serviço de Pronto Atendimento, o sistema de Classificação de Risco. O principal objetivo é identificar pacientes que necessitem de atendimento imediato, dando mais celeridade ao processo terapêutico de quem busca tratamento especializado no local. A unidade hospitalar é a primeira do Norte, na área de oncologia, a ter esse tipo de suporte em sua estrutura. “Além promover melhorias no cuidado com o paciente, a nova medida agrega mais qualidade à assistência”, frisou a diretora-presidente da instituição, engenheira biomédica Ana Paula Lemes.
Ana Paula explica que o protocolo é um dos vários processos implementados ao longo dos últimos meses, que contribuíram com a área assistencial e promoveram melhorias na gestão, reforçando a eficiência operacional e administrativa da instituição, que é referência em cancerologia na Amazônia Ocidental.
O sistema classifica os pacientes por cores e considera, principalmente, o quadro clínico e a gravidade dos sintomas apresentados pelos usuários. O modelo adotado pela Fundação foi adaptado com base no Protocolo de Manchester, usado em todo o País, para dar a cada paciente o atendimento mais rápido, priorizando quadros mais críticos.
O Pronto Atendimento da FCecon funciona 24 horas por dia. No serviço, foram adotadas três cores para a classificação: o amarelo (atendimento de urgência), o laranja (muito urgentes) e o vermelho (emergências).
A gerente do Serviço de Pronto Atendimento, médica Danielle da Silva Gomes, explicou que o protocolo da Fundação inclui três cores, baseando-se nas características e no perfil clínico dos pacientes oncológicos, que são diferentes de outros pacientes da rede assistencial.
Na prática, o protocolo funciona da seguinte forma: ao dar entrada no serviço, o paciente se identifica no balcão, com documento com foto e cartão da FCecon. Em seguida, passa pela triagem, geralmente conduzida por um profissional de enfermagem. Ele é quem definirá a gravidade do problema e indicará a classificação. Encerrando o ciclo, o paciente é encaminhando ao médico plantonista, que apontará a terapia indicada.
Outro fator analisado para a implantação foi o tempo de espera para cada atendimento. Ele está diretamente relacionado à gravidade do caso e à respectiva cor. “Por exemplo: para a cor vermelha, o atendimento é imediato, pois são casos em que há riscos à vida. No caso da cor laranja, a avaliação médica deve ocorrer em até dez minutos. Por último, a cor amarela, é indicada para os casos mais simples, cujo atendimento pode ocorrer em até 1 hora”, pontuou.
Para a adequação à Classificação de Risco, conforme a médica, o Serviço de Pronto Atendimento passou por uma reestruturação, que envolveu a contratação de novos profissionais, melhorias na ambiência, identificação das salas por cores, ampliação da largura das portas e expansão da sala de atendimento.
Humanização – Na recepção, os pacientes que aguardam por atendimento, assistem a um vídeo elaborado pela equipe técnica do setor, com o auxílio da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom). Nele, constam as orientações ao paciente sobre como funciona a Classificação de Risco, o tempo de atendimento e as cores para cada indicação. As medidas fazem parte do processo de ampliação da Política Nacional de Humanização (PNH) no âmbito do hospital, a qual envolve, principalmente, ações voltadas ao acolhimento.
Além de dar mais respaldo aos profissionais sobre as prioridades de atendimento, o processo também ajudará a gerar novos dados, através do sistema de gestão IDoctor, utilizado na fundação para a digitalização de prontuários e o registro do agendamento de consultas médicas multidisciplinares, entre outros. Os levantamentos serão utilizados para a criação de indicadores sobre o trabalho executado pela equipe do Pronto Atendimento da instituição.
Implantação – As discussões para a implantação da Classificação de Risco foram iniciadas em março deste ano, e envolveram vários setores interligados ao Pronto Atendimento, como os serviços de Clínica Geral, Supervisão, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Manutenção. Além da gerente do setor, participaram do processo a coordenadora operacional de enfermagem, enfermeira Shirley Monteiro, e a enfermeira e supervisora do setor, Edilane Porto Dias.
Para o início do processo, funcionários que atuam no Serviço de Pronto Atendimento, como médicos e enfermeiros plantonistas, receberam treinamento e orientação sobre a aplicação do protocolo na unidade hospitalar.