Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil’: Especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce
No “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil”, comemorado amanhã (23/11) em todo o país, especialistas na área da oncologia pediátrica da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) alertam para o reconhecimento dos sintomas da doença, os quais, por serem parecidos com enfermidades comuns na infância, podem chegar a confundir os pais. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), devem ser registrados este ano no Brasil aproximadamente 11,5 mil novos diagnósticos da doença em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Conforme informações do Inca, o câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. No Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões Segundo a oncologista pediátrica da FCecon, Doutora Miyuki Guemba, anemia, febre prolongada, dores ósseas, falta de apetite, fraqueza, dores abdominais e cefaleia (dor de cabeça) podem pedir um pouco mais de atenção dos pais do que o habitual. Ela ressalta que o reconhecimento e o diagnóstico precoce podem aumentar as chances de cura do paciente. “A maior dificuldade em realizar o diagnóstico do câncer infantil é que os sintomas são muito semelhantes aos das doenças comuns da infância”. A especialista explica que entre os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes estão os tumores líquidos (a exemplo das leucemias – que afetam os glóbulos brancos – e linfomas – no sistema linfático -, seguidos dos tumores sólidos (do sistema nervoso central, tumor de Wilms – tipo de tumor renal -, neuroblastoma – tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal -, rabdomiossarcoma, osteossarcoma – tumor ósseo -, sarcoma de Ewing (câncer ósseo), retinoblastoma – afeta a retina, fundo do olho -, carcinoma de nasofaringe – na região da cabeça e pescoço -, entre outros). Segundo Miyuki, após diagnosticado, o câncer infantil pode ser tratado de três formas, dependendo do tipo, estado clínico do paciente e grau de evolução da doença. São elas: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “A cura do câncer infantil está diretamente ligada ao diagnóstico precoce, o qual irá influenciar no início imediato do tratamento indicado e na sobrevida do paciente”, ressalta a pediatra O tratamento leva, em média, de 6 a 24 meses, considerando as especificidades de cada protocolo de atendimento. Para aumentar as chances de sucesso, no entanto, é importante a participação de um médico clínico ou pediatra, o qual apontará a primeira suspeita e induzirá o responsável pela criança a submetê-la a exames mais específicos que possam detectar a doença o mais cedo possível, encaminhando-a a um centro especializado. De acordo com o Inca, nas últimas décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi significativo e, atualmente, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Publicado em: 23/11/2012