Voluntárias são orientadas sobre atuação

Cerca de 100 mulheres compareceram, ontem (22), à Oficina de Humanização da Rede Estadual Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas, realizada na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon). Na ocasião, as novas voluntárias da instituição sem fins lucrativos receberam as primeiras instruções sobre suas áreas de atuação e como agir perante os pacientes. A previsão é que elas comecem a atuar em março.

A presidente da rede amazonense, enfermeira Marília Muniz, passou às voluntárias durante palestra a responsabilidade do trabalho voluntário, enfocando o perfil das candidatas a membro. A voluntária deve estar consciente do papel que prestará e ter boa vontade, salientou. De acordo com ela, o objetivo principal é minimizar as carências dos pacientes e seus familiares, não incorporando-as. Conforme a enfermeira, o segredo para o voluntariado de qualidade esconde-se em poucas palavras: maturidade, solidariedade, compromisso e profissionalismo.

O evento serviu ainda para que a deputada Conceição Sampaio corroborasse o compromisso do governador Omar Aziz em instalar mamógrafos nos municípios do interior do Estado. O exame de mamografia é garantido à mulher pela legislação vigente e os equipamentos serão instalados por meio de barcos utilizados na prestação de atendimento médico.

O diretor-presidente da FCecon, Dr. Edson Andrade, reconheceu, durante sua palestra sobre prevenção, detecção precoce, tratamento terciário e controle do câncer; a importância da Rede Feminina para a unidade e seus pacientes. A fundação investe muito em ciência e tecnologia, mas também no lado social, pois não somos feitos apenas de corpo, temos também uma alma. O que a rede faz é investir em sentimento, disse.

Na ocasião, o diretor-presidente ressaltou que foram diagnosticados na fundação, em 2010, 1.164 casos de câncer e os mais comuns entre as mulheres são o de mama (245 casos) e útero (205 casos). Para ele, as únicas formas de combater as neoplasias são a prevenção e o diagnóstico precoce.

Ele destacou também que nos últimos 100 anos a perspectiva de vida do brasileiro foi dobrada, passando de 35 para 70 anos e atribui tal mudança à melhoria de vida, mudança dos hábitos alimentares e aumento da atenção à saúde. No Amazonas, o governo investe 23% dos recursos na área da saúde, mais que em muitos estados brasileiros, assegurou.

Trajetória

A ex-presidente da rede, Marlene Braga, voluntária há 32 anos junto ao grupo que encerrou suas atividades em novembro passado, contou um pouco da trajetória das integrantes. Ela comentou que, no início do projeto, esteve em São Paulo (SP), para aperfeiçoar-se na Rede Feminina Nacional. Agora, ela espera que as novas integrantes dêem continuidade ao trabalho.

O presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), Hildeberto Corrêa Dias, também marcou presença no evento e palestrou sobre o papel da instituição filantrópica em parceria com a FCecon. Entre os destaques, estão: o apoio ao paciente com câncer a partir de iniciativas voltadas à prevenção, disponibilidade de material humano, apoio assistencial efetivo e a presença de equipes para atendimento a domicílio.

A psicóloga Solange Machado, 48, é uma das novas voluntárias da rede amazonense. Integrante da Associação Beneficente do Exército, ela explica que já participou de várias ações voluntárias fora do Amazonas. Agora, ela e um grupo da entidade formarão uma comissão para trabalhar junto aos pacientes da FCecon, cada uma em sua área de atuação profissional. Já trabalhamos com as famílias dos militares dos pelotões de fronteira e agora vamos nos adequar a situação do hospital para podermos trabalhar em parceria, disse.