Brasil defende proibição de aditivos no cigarro em reunião internacional
16/11/2010 – O uso de aditivos nos cigarros brasileiros, prática que torna o fumo mais atrativo, pode estar com os dias contados. Durante novembro, representantes de 171 países, incluindo o Brasil, estão reunidos em Punta Del Este, Uruguai, na 4ª da Conferência das Partes (COP 4) para aprovar diretrizes para a regulamentação dos produtos do tabaco.
A COP 4 é a reunião dos países signatários da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco – tratado internacional com a chancela da OMS (Organização Mundial da Saúde) para reduzir o consumo do cigarro e os danos à saúde de quem continua fumando. A posição do Brasil está definida: o país apoiará a adoção de restrições aos aditivos e deve adotá-las após trâmites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro (Conicq) no Brasil, grupo interministerial criado para tratar do tema.
"Documentos internos da indústria do cigarro e estudos científicos da TobReg (Tobacco Regulation) – grupo da OMS – mostram que alguns aditivos têm a função de aumentar o potencial da nicotina de causar dependência", diz Tânia.
As diretrizes devem recomendar proibição ou restrições ao uso de ingredientes nos cigarros, como açúcares, flavorizantes e umectantes. Estudos da TobReg (Tobacco Regulation) – grupo da OMS – mostram que esses aditivos aumentam a palatabilidade dos cigarros.
Tânia afirma que, ao serem queimados, os aditivos tornam-se tóxicos. "A queima do açúcar libera acetaldeído, que aumenta a capacidade da nicotina de causar dependência", diz.