Novembro Azul: Número de casos de câncer de próstata preocupa especialistas

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Apesar de figurar em 25o lugar no ranking brasileiro de número de casos de câncer de próstata para cada 100 mil habitantes, considerando os 26 estados da Federação mais o Distrito Federal, a quantidade de diagnósticos estimados para este ano, no Amazonas (28 para cada grupo), ainda preocupa especialistas, por se tratar do tipo da doença de maior incidência entre a população masculina local, explicou o diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), cirurgião oncológico Marco Antônio Ricci.

Conforme informações da taxa bruta de incidência/projeção 2016, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), subordinado ao Ministério da Saúde, o Estado com maior número de casos previstos para cada 100 mil homens é o Rio Grande do Sul (109 diagnósticos). O que deve registrar a menor proporção é o Amapá (22 casos previstos para cada grupo). Em concentração de casos, o primeiro, segundo a estimativa, é São Paulo (12.730). Em último ficou Roraima, com 70 casos. O Amazonas tem previsão de 520 novos diagnósticos em 2016, e ocupa o 22o lugar. Ao todo, o Brasil contabilizará 61,2 mil casos da doença, 61 para cada 100 mil habitantes do sexo masculino.

Na semana em que se comemorou o Dia Mundial de Combate à doença (17 de novembro), Marco Ricci alerta para a importância dos exames preventivos, que podem ajudar a detectar precocemente alterações nessa região do corpo masculino, entre elas, o câncer. “As neoplasias malignas, em geral, se desenvolvem no organismo de forma silenciosa, sem apresentar sintomas na fase inicial. Por isso, especialistas alertam que os homens passem a procurar um urologista, anualmente, a partir dos 50 anos, para realizar o exame de toque retal e o PSA, que podem levar a um diagnóstico precoce e evitar diversas sequelas, como a impotência sexual e a incontinência urinária”. Ele lembra que, quanto mais cedo o diagnóstico é realizado, menos agressivo é o tratamento e maiores são as chances de cura, podendo chegar a até 90%.

Ricci destaca que a maior parte dos homens só procura um médico quando sente algo diferente, como dores ao urinar, sangramento, entre outros e que, culturalmente, a população masculina não busca a prevenção. “Mas precisamos ressaltar que, no caso do câncer, os cuidados devem ser redobrados. A população está envelhecendo e a expectativa de vida, aumentando. Com isso, as chances de se desenvolver um câncer também aumentam. No caso específico da próstata, as doenças malignas estão diretamente associadas à idade”, explicou.

De acordo com o especialista, homens que tiveram casos de câncer de próstata na família, devem buscar a prevenção ainda mais cedo, aos 40 ou 45 anos, por conta do fator hereditário. Ele aumenta as chances de filhos e netos de portadores de doenças como o câncer, de desenvolvê-las através da transmissão de informações genéticas. “Buscamos, ao longo dos anos, esclarecer através de campanhas como o Novembro Azul, que a masculinidade dos homens não é afetada quando são submetidos a esse tipo de exame. Trata-se apenas de um preconceito bobo. A informação, nesse, caso tem o papel fundamental de desmistificar o assunto”, destacou.

O movimento Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, e se espalhou pelo mundo nos anos seguintes. No Brasil, ele é encabeçado pela Sociedade Brasileira de Urologia, em parceria com diversas instituições públicas e privadas.