FCecon registra aumento no número de cirurgias no primeiro trimestre de 2016

A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), superou o número de cirurgias realizadas no primeiro trimestre de 2016 em relação a 2015. Foram aproximadamente 570 procedimentos neste ano, quase 8% a mais que os 529 registrados no mesmo período do ano passado. Conforme o diretor-presidente da instituição, cirurgião oncológico Marco Antônio Ricci, as cirurgias foram intensificadas de modo a reduzir o tempo de espera dos pacientes por este tipo de tratamento, considerado um dos tripés no combate ao câncer.

Ele explica que algumas áreas receberam reforço profissional, a exemplo dos Serviços de Urologia, Cirurgia Oncológica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Oncologia Clínica. A expectativa é que com a entrada dos novos concursados, a oferta seja ampliada ainda mais. Hoje, são registradas no centro cirúrgico, em média, 10 cirurgias ao dia, considerando procedimentos de média e alta complexidade.

Conforme o diretor-presidente, entre os tratamentos cirúrgicos ofertados, estão histerectomias (para o tratamento de câncer de colo uterino), mastectomias (tratamento para o câncer de mama), hepatectomias (câncer de fígado), procedimento de cabeça e pescoço para o tratamento de diversos tipos de câncer – entre eles o de tireoide e o de boca -, procedimentos ortopédicos e neurológicos, entre outros.

Estamos em fase de conclusão da nossa Sala Inteligente, que será a primeira do Norte do País na rede pública a conter equipamentos de ponta para cirurgias minimamente invasivas. A expectativa é que ela seja inaugurada no próximo semestre. Com ela, esperamos ultrapassar em cerca de 10% o número de cirurgias realizadas em 2015, quando alcançamos a marca de 2.100 procedimentos oncológicos que ajudaram a compor a lista de quase um milhão de procedimentos ambulatoriais e hospitalares registrados na unidade”, destacou.

Segundo Marco Antônio Ricci, por ser uma unidade de referência no diagnóstico e tratamento do câncer na Amazônia Ocidental, a FCecon tem ampliado seus métodos de tratamentos e na área cirúrgica não tem sido diferente. “Temos avançado com procedimentos mais ousados que têm salvado muitas vidas, atuando a partir de uma equipe da vez mais capacitada e cirurgias cada vez menores, com menos sequelas aos pacientes e recuperação mais rápida”, explicou.

Avanço

Um exemplo atual de avanço na área é realização de cirurgias corretivas para pacientes com incontinência urinária oriunda de prostatectomia radical, tratamento indicado a pacientes com câncer de próstata localizado. Em 2014, a FCecon iniciou cirurgias através do método sling suburetral masculino, que se mostrou tão eficaz quanto o procedimento utilizado habitualmente na instituição, o esfincter artificial. A diferença é que o método mais recente é quatro vezes mais barato. Neste fim de semana, equipe da Fundação realizará esse tipo de cirurgia em três pacientes da Fundação, com a presença de um especialista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Dr. Gustavo M. de Toledo. Segundo o chefe do Serviço de Urologia da FCecon, cirurgião urologista Giuseppe Figliuolo, o convidado tem vasta experiência no assunto.

Na ocasião, vamos contar com a presença de alguns convidados, entre eles médicos residentes e acadêmicos de medicina. A ideia é que eles acompanhem ao vivo as cirurgias como forma de capacitação, já que trata-se de um procedimento relativamente novo, que diferencia-se do habitual por ser mais rápido e possibilitar uma recuperação em curto espaço de tempo ao paciente, além de custar quatro meses menos”, destacou.

Figliuolo explicou que a incontinência urinária não é uma sequela comum em pacientes submetidos à cirurgia para o tratamento do câncer de próstata, acometendo entre 5% e 10% deles. “Mas é algo que causa desconforto e que, dependendo da condição clínica, pode ser corrigido”, disse o cirurgião. Ele reforçou que a equipe de cirurgia da FCecon tem se esforçado para inserir esse tipo de tratamento na rotina da instituição e que ele deve acontecer de forma mais frequente até 2017.