Cirurgião da FCecon é destaque em seleção nacional de hospital de referência em tratamento do câncer no Brasil

O médico residente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Marcelo Henrique dos Santos, 31, foi selecionado para a única vaga de especialização em Ginecológica Oncológica ofertada nacionalmente pelo Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo (SP). A unidade é considerada um dos maiores centros de referência no diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil. A capacitação tem como foco a realização de cirurgias de alta complexidade menos invasivas, técnica que possibilita, por exemplo, a preservação da fertilidade em parte das pacientes portadoras de cânceres ginecológicos.

O curso de aprimoramento lato sensu (fellowship), com duração de um ano, reúne técnicas voltadas ao tratamento de pacientes com diversos tipos de câncer, entre eles o de ovário, endométrio, corpo uterino e colo do útero – este último com alta incidência no Amazonas.

Marcelo é residente do terceiro ano da cirurgia oncológica na FCecon, hospital de referência no tratamento de neoplasias na Amazônia Ocidental, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Ele explica que escolheu participar do aprimoramento para trazer ao Estado novas modalidades cirúrgicas a serem ofertada pelo SUS.

A adesão ao curso exigiu quase 12 anos de estudos, entre graduação, residência em cirurgia geral e em cirurgia oncológica, que será concluída no próximo dia 29. Ambas, segundo ele, são consideradas pré-requisitos para o curso em Barretos. “O processo seletivo foi composto por prova teórica, curricular e entrevista. O curso tem a duração de um ano, com módulos práticos e teóricos sobre as técnicas cirúrgicas”, explicou o especialista.

Conforme o cirurgião, as técnicas videolaparoscópicas e robóticas têm sido cada vez mais empregadas no tratamento oncológico. Entre os procedimentos, estão as histerectomias radicais, linfadenectomias estendidas, ooforectomias e cirurgias preservadoras de fertilidade.

A modalidade é denominada minimamente invasiva porque evita grandes incisões, a exemplo do que ocorre nos procedimentos convencionais. Em substituição, os cirurgiões trabalham com aberturas de aproximadamente um centímetro, nas quais são inseridas microcâmeras e pinças para promover a retirada dos tumores de forma segura e com menos risco de sequelas.

A cirurgia minimamente invasiva está em constante evolução e atualmente novos meios de abordagem, como a cirurgia robótica, estão sendo difundidos. Isto implica em baixo risco de complicações relacionadas à ferida operatória, menor volume de sangramento, maior conforto da paciente e, consequentemente, mais qualidade de vida após o tratamento.”, explicou.

Vídeolaparoscopias

Também conhecidos como videolaparoscopias, esses procedimentos começaram a ser feitos na FCecon há cerca de três anos, em procedimentos realizados por profissionais de outras especialidades, como urologia e cirurgia hepática, explica o diretor-técnico da unidade hospitalar, cirurgião oncológico Manoel Jesus Pinheiro Júnior. De acordo com ele, a modalidade será ampliada para os demais serviços cirúrgicos do hospital tão logo seja inaugurada a Sala Inteligente, espaço que está 90% concluído, e que comporta equipamentos de ponta para a realização de cirurgias minimamente invasivas. Será a primeira da região Norte na rede pública com este tipo de tecnologia, considerada atualmente de ponta.