FCecon recebe iluminação verde em alusão ao mês de combate ao câncer de cabeça e pescoço
No último dia 27 (segunda-feira) comemorou-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço e, para chamar a atenção à necessidade de prevenção à doença, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), iluminou seu prédio de verde, cor que simboliza a data. A ação, realizada em parceria com a coordenação estadual da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (Sbccp) e a Organização não Governamental Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), aconteceu às 18h, na rua Francisco Orellana, Dom Pedro, Zona Centro-Oeste.
De acordo com o diretor-presidente da FCecon, pneumologista Edson de Oliveira Andrade, a ideia é que o movimento “Julho Verde” ganhe força nos próximos anos, conscientizando a população da importância de prevenir-se. “Uma parcela significativa dos cânceres de cabeça e pescoço é causada pelo consumo de cigarro e bebidas alcoólicas em excesso, o que demonstra que a doença pode ser evitada. A associação desses dois fatores, considerados de risco para este e outros tipos da doença, pode aumentar as chances de se contrair o câncer, em especial, o de boca”, explicou.
Considerando a demanda gerada pelas neoplasias de cabeça e pescoço e a necessidade de ampliação do número de profissionais especializados no Estado, a FCecon criou, em 2012, a Residência em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, vinculada ao Serviço de Residência Médica da instituição, hoj sob a coordenação do otorrinolaringologista Joacy Azevedo. Atualmente, três médicos estão em processo de especialização na unidade hospitalar.
Dentro deste contexto, a FCecon também vem desenvolvendo pesquisas relacionadas aos cânceres de cabeça e pescoço a partir do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), que recebe o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Um deles, iniciado ano passado, com o tema “Levantamento dos cânceres de boca atendidos na Fundação Cecon no período de 2009 a 2013”, analisou 84 casos de câncer de boca nos últimos cinco anos na unidade hospitalar.
A partir dele, constatou-se que 67% dos diagnósticos foram feitos em pessoas do sexo masculino, com faixa etária média de 56 anos e tendo como principais fatores de risco o tabagismo e etilismo, explicou a cirurgiã-dentista da FCecon, Dra Lia Ono, que orientou, junto com a professora Cristina Rocha, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a autora do trabalho, a acadêmica de medicina Fabiana Pereira Glória.
O grupo de orientadores e universitários que atua na unidade hospitalar através do Paic desenvolveu, nos últimos meses, 12 trabalhos relacionados à especialidade de cabeça e pescoço, abordando câncer de tireoide, incidência dos vírus HPV e da hepatite em pacientes com câncer deste tipo, fonoaudiologia, tratamento radioterápico, carcinoma, entre outros.
Principais tipos
De acordo com o coordenador regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, cirurgião Jefferson Medeiros, o especialista nessa área trata doenças benignas e malignas da boca, laringe, faringe, tireoide e glândulas salivares, de caroços no pescoço e pele da face e do pescoço. O carcinoma epidermoide é o principal tipo de câncer de boca, faringe e laringe, enquanto o carcinoma papilífero é o tipo de câncer de tireoide mais comum.
Ele explica que o câncer mais frequente nas regiões da cabeça e pescoço nas mulheres é ode tireoide, que quando diagnosticado na fase precoce, apresenta até 95% de chances de cura após a cirurgia para a retirada da glândula, principal tipo de tratamento para a doença. Entre os homens, os mais comuns são os de boca, laringe e faringe. Tumores pequenos e localizados apresentam taxa de cura superior a 90%.
“Nódulos persistentes podem ser câncer e, em geral, há suspeita da doença quando eles não desaparecem em até 21 dias. Outro sintoma que pode apontar a presença de tumores malignos é a rouquidão que persiste por mais de três semanas, em especial em fumantes e pessoas que consomem habitualmente bebidas alcoólicas”. Neste caso, alerta o especialista, deve-se procurar um cirurgião de cabeça e pescoço para uma avaliação clínica.