Na FCecon, palestra alerta para cuidados com a saúde física e mental do homem
O homem vive em média sete anos a menos que as mulheres, e isso ocorre porque não tem o hábito de buscar os serviços de saúde para o tratamento de doenças crônicas, como o câncer, diabetes e cardiovasculares. O assunto foi abordado durante palestra ministrada pelo médico Giuseppe Figliuolo, urologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
A palestra ocorreu, nesta sexta-feira (08/11), no auditório dr. João Batista Baldino, em alusão à campanha Novembro Azul. A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que tem como tema “#Saúde também é papo de homem” e visa alertar sobre a importância dos cuidados sobre doenças que acometem a população masculina.
O médico urologista disse que doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar em causas de óbito, seguidas pelos cânceres – pulmão, próstata e intestino. Segundo ele, o homem também está sujeito a problemas hormonais – queda do nível de testosterona –, disfunção erétil, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), por isso cuidar da saúde também é papo de homem.
“Os homens fogem do médico e, consequentemente, do exame da próstata por não priorizar a saúde, machismo, medo de sentir dor, medo de descobrir algo, pela síndrome do Super-herói, desleixo e desconhecimento. É importante cuidar da saúde de uma forma integral, bem como iniciar o rastreio do câncer de próstata cedo”, disse Figliuolo.
Rastreio
O médico especialista disse que a SBU orienta o início do rastreio do câncer de próstata a partir dos 50 anos de idade, quando não há histórico da doença na família. Caso contrário, o indicado é o início do rastreio a partir dos 45 anos. “O rastreio pode ser feito em qualquer unidade Básica de Saúde (UBS) próxima da residência”, informou.
Há duas formas de realizar o rastreio para o câncer de próstata, explica o médico. A primeira é o teste de Antígeno Prostático Específico (PSA, sigla em inglês), por meio de amostra de sangue, o segundo, o toque retal.
Saúde mental
Durante a palestra, o psicólogo Marcelo Bentes também alertou sobre a importância da saúde mental do homem que, culturalmente, não têm o hábito de procurar o médico. Segundo ele, existe o pensamento enraizado de que o homem não adoece, é forte e não é vulnerável, por isso é preciso quebrar o tabu de que não precisa de acompanhamento médico e/ou psicológico.
De acordo com Bentes, os homens são ensinados a ir ao médico quando crianças. Todavia, quando crescem, abandonam os cuidados com a saúde. O psicólogo alerta que o homem tem a Síndrome do Super-homem, o qual não adoece e não precisa de acompanhamento médico especializado, por exemplo, muitos dizem “não estou louco, então, para quê preciso de psicólogo e/ou psiquiatra?”.
“Trata-se de um pensamento equivocado quanto ao acompanhamento especializado. O homem precisa criar o hábito de realizar exames periódicos, cuidar da saúde mental, baixar as defesas e mostrar-se vulnerável diante das dificuldades da vida. Ao fazer isso, ele estará se cuidando. O homem morre, e morre ao negar os sintomas e o autocuidado”, alerta Bentes.
TEXTO: Luís Mansueto/FCecon
FOTO: Dreyceane Soares/Estagiária FCecon