Vacinação pode prevenir desenvolvimento de casos de câncer, alerta FCecon

A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta a população para a prevenção de casos de câncer possíveis de serem combatidos com vacinas, pela passagem do Dia Nacional de Imunização, celebrado no domingo (09/06).

No Amazonas, são estimados cerca de 910 novos casos de câncer apenas em 2024, sendo 610 de colo do útero, 140 de cavidade oral e 160 de fígado, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esses números poderiam ser menores com a vacinação contra o Papilomavírus humano (HPV) e a Hepatite B, uma vez que os imunizantes, disponíveis na rede pública de saúde, combatem o desenvolvimento de casos de câncer causados por esses vírus.

A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, reforça o chamado e pede que a população apoie as ações de imunização, comparecendo às unidades de saúde para manter em dia o esquema de vacinação. “É um gesto que salva vidas”, destaca.

Segundo o diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão, o HPV de alto risco é um vírus adquirido por meio de contato íntimo ou pela relação sexual, sendo o responsável pelo aparecimento de lesões que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer.

Além do câncer de colo do útero, o médico explica que o vírus é o responsável por causar câncer oral, peniano, anal e no canal anal. Por isso, é importante a vacinação de meninos e meninas de 9 aos 14 anos. “A vacina está disponível nos postos de saúde dos municípios, é gratuita e não existe nenhuma possibilidade de estimular sexualmente meninas e meninos, sendo de dose única”, detalha Gerson Mourão.

Hepatite B

Doutor em terapêutica cirúrgica, o médico cirurgião hepático Sidney Chalub ressalta que o desenvolvimento de um possível câncer no fígado pode ser evitado por meio da vacina contra a Hepatite B. Segundo ele, a doença é causada por um vírus – o HBV –, que pode ser encontrado no sangue e em secreções, sendo também considerada uma infecção sexualmente transmissível.

“O imunizante é administrado ainda na infância, a partir dos seis primeiros meses de vida. Caso a criança não seja imunizada na infância, o vírus pode ficar alojado nas células do fígado e, em algum momento, o genoma que ‘guarda’ as informações virais pode estimular que essas células se tornem tumorais, desencadeando um câncer no órgão”, informa o médico.

Muito mais que realizar a vacinação contra os vírus do HPV e da Hepatite B, conforme o médico especialista, os indivíduos estão evitando o futuro aparecimento de dois tipos de cânceres comuns na região amazônica. “Vacinar as crianças e os adolescentes é ter no futuro adultos saudáveis”, observa Sidney Chalub.

 

 

Texto: Luís Mansueto / FCecon

Imagens: Arquivo FVS-RCP