FCecon promove II Simpósio de Segurança do Paciente
A cada hora, seis pessoas morrem por eventos adversos graves, ocasionados por falhas assistenciais, processuais ou por infecções nos hospitais brasileiros. Foi o que alertou a enfermeira da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Tatyana da Costa Amorim Ramos, durante a abertura do II Simpósio de Segurança do Paciente, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
O evento foi realizado no auditório Dr. João Batista Baldino, nesta segunda-feira (21/10), e contou com a presença de diversos profissionais de saúde. Organizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), o Simpósio discutiu as práticas de gestão, apresentou os protocolos, ações e campanhas educativas voltadas para diminuir a ocorrência de eventos adversos e, assim, promover a segurança do paciente.
Segundo a coordenadora do CCIH/FCecon, Glauciane Moreira Neves, além de debater as práticas de segurança do paciente, a intenção foi orientar os profissionais sobre a obrigatoriedade da implantação dos protocolos previstos na Portaria 529/2013, do Ministério da Saúde (MS), que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente no âmbito da saúde.
Conforme a enfermeira responsável pelo NSP/FCecon, Marielle Colares Magalhães Martins, as ações realizadas pela Fundação para promover a segurança do paciente contam com o apoio de uma equipe multiprofissional – farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas, médicos e técnicos de enfermagem.
“Temos trabalhado diversas campanhas na Fundação e participado de ações nacionais para sensibilizar esses profissionais sobre a segurança do paciente e, assim, fortalecer os seis protocolos básicos de segurança – Identificação correta, Comunicação interpessoal, Uso e prescrição de medicamentos, Cirurgia segura, Higienização das mãos, Risco de quedas e Prevenção de lesão por pressão, os quais estão em implantação no hospital”, frisaram ambas as enfermeiras.
Eventos adversos – Coordenadora Estadual de Controle de Infecções e Serviços de Saúde e Suporte Técnico aos NSPs do Amazonas, Tatyana Ramos ministrou a palestra “O papel da liderança na condução das instituições pelos avanços das políticas de qualidade em saúde” e “Ações estratégicas para aprimorar programas de segurança e gestão da qualidade”.
Durante sua fala, Ramos disse que muitos dos óbitos causados por eventos adversos poderiam ser evitados com a realização de protocolos corretos. Contudo, ela pontuou que a segurança do paciente passa por questões relacionadas às condições de trabalho, cultura justa, segurança psicológica, liderança e justiça organizacional.
“Esses pontos são importantes para se evitar os eventos adversos. O papel da liderança é apoiar a cultura da segurança nos serviços de saúde, de forma que o profissional tenha liberdade e seguranças psicológica e jurídica para reportar um erro que possa ocorrer. Essa situação deve servir, por exemplo, para corrigir protocolos e não para apenas punir o profissional”, alertou Ramos.
Segundo a enfermeira, quando o profissional tem liberdade para notificar eventos adversos ou a cultura organizacional lhe garante as condições de trabalho, é possível ter qualidade na assistência ao paciente, ou seja, livre de danos. Por isso, o gestor precisa apoiar as estratégias, incentivar e motivar todos os funcionários.
Segurança do paciente – As estratégias, indicadores e notificações de eventos adversos da rede estadual de saúde nos NSPs, frisou Ramos, são monitoradas pela coordenação estadual. Ela explicou que nos hospitais com leitos de Unidade Tratamento Intensivo (UTI) e Centros Cirúrgicos, há NSPs formados e trabalhando intensamente.
“Agora, as ações estão sendo executados nos municípios sede. Temos ido nesses locais implantar os Núcleos e trabalhado na capacitação e sensibilização para garantir também a segurança do paciente no interior do Estado”, destacou Ramos.
Texto e fotos: Luís Mansueto/FCecon