Projeto indígena da FCecon é destaque em evento sobre o tema em Manaus
Os projetos de ambiência indígena, fluxo ambulatorial e serviço de navegação, que estão em processo de implantação na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), foram um dos destaques do 1º Encontro Interfederativo de Saúde Indígena no Estado do Amazonas, que acontece em Manaus até esta quarta-feira (25/09).
Promovido pela Coordenação de Saúde Indígena, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), o encontro reúne lideranças estaduais, municipais e indígenas para discutir e articular responsabilidades na Atenção Integral à Saúde da População Indígena no Estado do Amazonas. O encontro começou na terça-feira (24/09).
Em 2018, a população indígena recebeu 452 atendimentos médicos, entre consultas, quimioterapia e outros serviços na FCecon. Considerando que os povos indígenas são um público específico, com cultura própria, a Fundação formulou os projetos “Ambiência indígena nas enfermarias do 7º e 9º andar”, “Fluxograma ambulatorial para o atendimento do paciente indígena aldeado” e “Serviço de Navegação” para adequar o atendimento de acordo com as necessidades desses pacientes.
As ações foram pensadas com base na vulnerabilidade sociocultural do índio que vive em aldeias e, assim, preveem grafismos nas paredes, redes para repouso, cardápio com respeito à cultura e crenças indígenas, além da melhoria no fluxo de atendimento nas enfermarias, emergência e internação com o acompanhamento da Enfermeira Navegadora.
“A adequação da ambiência indígena nas enfermarias da FCecon visa ofertar uma atenção integral e cultural aos povos indígenas aldeados, para que possam aceitar e colaborar com o tratamento durante sua internação e permanência”, afirmou Shirley Fragoso, gerente do serviço de Enfermagem da unidade hospitalar e uma das responsáveis pelos projetos.
Atendimento diferenciado – Os índios aldeados trazidos pela Casa de Saúde do Índio (Casai Manaus) terão o fluxo de atendimento diferenciado, de acordo com a avaliação dos riscos clínicos. Um fluxo está sendo criado para adaptar os protocolos clínicos e critérios de acolhimento aos indígenas.
“A FCecon estabelece, a partir do protocolo de acesso diferenciado, a otimização do atendimento com a abertura do prontuário, durante todo o cuidado assistencial e com precedência em todos os setores. O intuito é promover a celeridade no processo de tratamento oncológico”, explicou a gerente do Serviço de Atendimento Médico e Estatístico (Same), Zenóbia Lima.
Conforme Lima, também será autorizada, quando necessária, a presença de um intérprete para auxiliar na comunicação com o corpo clínico. Ela disse que é comum que o indígena apresente dificuldades para falar o Português e/ou entender os procedimentos médicos que serão realizados.
Enfermeira Navegadora – Os pacientes indígenas também serão acompanhados por uma Enfermeira Navegadora, projeto implantado neste ano no Serviço de Mastologia para atender as mulheres com câncer de mama. A ideia é agilizar o tratamento, impedindo que o indígena se “perca” dentro do sistema de saúde, segundo a enfermeira navegadora Andréa Paula de Andrade.
Texto: Laís Motta e Luís Mansueto/FCecon
Foto: Divulgação