Câncer de colo-retal
O câncer colo-retal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados, sendo uma doença tratável e freqüentemente curável quando localizada no intestino.
Epidemiologia
O câncer colo-retal é a terceira causa mais comum de morte por câncer, no Brasil.
Possui maior incidência na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos.
Segundo as Estimativas de Incidência e Mortalidade por Câncer no Brasil, publicadas pelo INCA, o número de casos novos previstos para o ano 2003 é de 9.530 entre homens e de 10.535 entre mulheres. Os óbitos esperados para o mesmo ano, entre homens e mulheres são, respectivamente, 3.700 e 4.270. A incidência de casos novos entre mulheres é de 11,73 para 100.000 habitantes, e entre os homens é de 100,96 para 100.000 habitantes. A mortalidade por câncer de cólon e reto pode ser controlada por meio de estratégias de detecção e tratamento precoces.” 7.696 óbitos em 2002.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco são: dieta com alto conteúdo de gordura, carne e baixo teor de cálcio; obesidade e sedentarismo. Também são fatores de risco o consumo em exagerado de bebidas alcóolicas, as doenças associadas como retocolite ulcerativa, doença de Cronh e a predisposição genética (polipose intestinal familiar, síndrome de Linch).
Prevenção
Uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio, potássio e pobre em gorduras animais é considerada uma medida preventiva. A ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcóolicas deve ser evitada. Como prevenção é indicada uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos.
Detecção Precoce
O câncer colo-retal quando detectado em seu estágio inicial possui grandes chances de cura, diminuindo a taxa de mortalidade associada ao tumor. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente ao exame de toque retal e ao exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Para indivíduos com histórico de câncer de cólon e reto na família recomenda-se que, a partir dos 35 anos, seja realizado o exame de detecção de sangue oculto nas fezes e de uma endoscopia através do reto. Uma retossigmoidoscopia é recomendada a cada 3 anos, e, se for notada alguma alteração, deverá ser realizado um exame chamado colonoscopia (endoscopia realizada pelo ânus).
Em pacientes com mais de 30 anos e portadores da síndrome de Linch, é indicado uma colonoscopia e um exame radiológico a cada 3 anos. Para indivíduos com histórico pessoal de câncer ou que apresentem pólipos recomenda-se uma endoscopia anualmente. Já nos casos de polipose familiar do tipo adenomatoso, a retirada do colo através de cirurgia deve ser feita como medida preventiva. Pacientes que sofrem de inflamação intestinal, chamada colite ulcerativa, devem realizar uma endoscopia anualmente.
Sintomas
O câncer colo-retal em seu estágio inicial não produz sintomas, e quando há algum sinal, dificilmente este é associado ao diagnóstico do tumor. Alguns dos sintomas são: mudança do hábito intestinal como diarréia ou prisão de ventre, gases, dor na região do abdome; náuseas; vômitos e emagrecimento. A perda de sangue pelas fezes é muito comum, causando anemia e fraqueza.
Os sinais variam de acordo com o local do tumor. Quando o sangramento possui aspecto vermelho indica que o tumor situa-se na região mais distal do intestino. Quando está situado na região mais proximal, o sangramento apresenta uma coloração negra. Já o tumor no cólon direito tem como característica a presença de uma massa palpável.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito através de biópsia endoscópica com estudo histopatológico.
Tratamento
A cirurgia é o seu tratamento primário, retirando a parte do intestino afetada e os linfonodos próximos a esta região. Muitos tumores do reto são tratados com cirurgias que preservam o esfíncter anal, através da utilização dos grampeadores, evitando assim as colostomias.
Após o tratamento cirúrgico, a radioterapia associada ou não à quimioterapia é utilizada para diminuir a possibilidade da volta do tumor (recidiva). Quando a doença está disseminada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura diminuem.